Shanti

27 de outubro de 2009

a minha escuridão

Enquanto divagava por outras escritas, outras imagens...
fiz uma pequena pausa em mim... naquela procura de todos os dias.
Aquela busca incansável, abundante em regozijo... mas também plena de pequenos vazios, pequenas tristezas.
A procura de um "lugar iluminado"... de um canto de luz que nos consola e nos acarinha depois de uma longa jornada de lutas interiores, de batalhas de se ser, de não se ser, de se ter, de não se ter.
Aquela Luz, aquele brilho que nos aquece a alma como o sol num dia de Inverno.
E por momentos... senti vontade de me aninhar no escuro. Senti saudades do nada, de não esperar nada, não ver nada.
E pensei que nenhum lugar seria mais seguro naquele momento do que a minha própria escuridão. Senti que… se não tiver medo, posso ali ficar.
E se não tenho medo, não invoco a luz, não a peço nas minhas conversas com os deuses. Não peço o amanhecer, não peço o luar, não peço a lanterna de me achar perdida.
Sinto apenas, o consolo da mãe terra, o alento do pai céu... Sinto-os em fusão…
E cheios de Amor, estendem-me a mão. Ali mesmo… naquela escuridão. Posso chamar-lhe luz se quiser… mas não tenho medo. Pelo menos hoje…

23 de outubro de 2009

Osho

Um homem foi até Lin Chin e disse: “Meu mestre é um grande médium. O que você tem a dizer sobre o seu mestre? O que ele pode fazer, que milagres faz?”

Lin Chin perguntou: “Que tipo de milagres seu mestre tem feito?”

O discípulo disse: “No outro dia ele me disse para atravessar o rio e ficar na outra margem, segurando um pedaço de papel na mão. O rio era muito largo, quase dois quilómetros. Ele estava do outro lado do rio e começou a escrever com uma pena, e sua escrita apareceu em meu papel. Eu mesmo presenciei isso, sou testemunha! O que seu mestre é capaz de fazer?”

Lin Chin disse: "Quando está com fome, come, e quando tem sono, dorme.”

O outro falou: “Do que você está falando? Chama isso de milagres? Todos fazem essas coisas!”

Lin Chin respondeu: “Engano seu: ninguém faz isso. Quando você dorme, faz mil e uma coisas. Ao comer, pensa em mil e uma coisas. Mas, quando meu mestre dorme, ele apenas dorme: não fica se mexendo, não se vira, sequer sonha. Apenas o sono existe naquele momento, nada mais. E quando sente fome, ele come. Ele sempre está exactamente no lugar onde ele está.”

Qual o sentido de escrever de uma margem do rio para a outra? Isso é pura tolice. Apenas os idiotas se interessariam por isso. Qual o sentido?

Um homem disse a Ramakrishna que seu mestre era um grande homem, pois podia caminhar sobre a água.

Ramakrishna respondeu que isso era idiota, pois ele podia ir até o barqueiro e, em troca de algumas moedas, o barqueiro o levaria até o outro lado. “Seu mestre é um tolo. Vá e faça-o perceber que ele não deve ficar desperdiçando sua vida com coisas tão simples.”

Mas a mente está sempre desejando algo. A mente não é nada além disso; um desejo constante de que alguma coisa aconteça.

Algumas vezes está pensando em dinheiro, em ter mais dinheiro, em ter casas maiores, mais respeito, mais poder político. Então você se volta para a espiritualidade, mas a mente continua a mesma. Agora deseja ter mais poderes psíquicos, telepatia, clarividência e outras tolices do mesmo género. Mas a mente permanece a mesma, querendo mais, sempre mais. Continua no mesmo jogo.

Agora é telepatia, clarividência, poderes psíquicos: “Se você pode fazer isso, eu posso fazer mais que isso. Posso ler o pensamento das pessoas a quilómetros de distância.”

A vida em si já é um milagre, mas o ego não está pronto para aceitar isso. Ele quer algo especial, algo que ninguém mais esteja fazendo, algo extraordinário.

(Om Shanti Ramaji... vou voar e escutar a música. Beijinho)

15 de outubro de 2009

Preciso de folhas no meu trilho Caminhar entregue sobre mantos de Outono, sem querer saber para onde... e ouvir-me. Preciso de vento na minha dança, Olhá-lo com carinho quando se cruzar no meu rosto, ou dar-lhe a mão quando seguir no meu caminho.
Quero acalmar o que por mim passa, quero não ter pressa e deleitar-me na música da folhagem, quero dormir no bosque dos medos, sonhar com duendes e segredos. Preciso não querer ser mais nada, apenas aquilo que já sou. Preciso fechar os olhos e escrever em minh'alma. Palavras de Amor, versos de apenas som. Despir-me de algo e adormecer...

3 de outubro de 2009

O TESOURO DO GNOMO

O que é que estas a fazer? – perguntou o jardineiro a um gnomo que se encontrava a cavar ao lado de um grande cogumelo. _ Ando à procura de um tesouro – respondeu-lhe, sem parar de cavar. _ Não me parece que vás encontrar um tesouro aí – disse-lhe. – Nesta comarca nunca houve grandes riquezas. _ Não! Não ando à procura de riquezas! – exclamou o pequeno ser. – estou à procura do meu próprio tesouro. O jardineiro inclinou a cabeça de lado, como fazem os cães quando ouvem algo estranho. _ E acreditas que o teu tesouro está aí? _ Tanto faz se está ou não – respondeu-lhe o teimoso gnomo. _ Então, porque é que procuras um tesouro? O gnomo interrompeu o trabalho, voltou-se para o jardineiro com os braços na cintura, e dando mostras de estar a perder a paciência, disse-lhe: _ Para que é que tu achas que se pode procurar um tesouro? – E sem esperar pela resposta, exclamou: para me sentir vivo! E continuou a cavar, enquanto o jardineiro, um tanto embaraçado, optava por desaparecer em silêncio. O Jardineiro Contos para Curar a Alma de Grian Além de me sentar à beira de um lago... por vezes tenho que procurar um tesouro...