Shanti

5 de novembro de 2011

antes


finjo que são muralhas.
construídas por seres que antes de o ser já o eram,
esculpidas por momentos, que antes de um céu foram sombra.
finjo que são fotos,
tiradas por um Deus,
curioso e criança no brincar...
e no fim, que somos um livro com gravuras de sentires, olhares dores e amores.
finjo no fundo... que finjo.
a ser poeta ou não,
o que sei é que o sinto...
escreva ou não.
porque antes de o escrever já sentia.
antes de amar já amava,
antes de chorar já sorria,
antes de sorrir, já chorava.
e que majestosas muralhas... e que lindo este céu violeta com ventos de nortada a embalar o sonho.

15 de julho de 2011

Alma

Chegou o comboio que esperava... observo, levanto-me do banco frio, entro, sento-me e digo-me preparada para seguir.
Vou procurá-la... penso. A minha Alma... vou beber cada gota de sabedoria desta viagem... imagino.
Cerro as mãos.... escondo o rosto de mim mesma e não olho para trás... e, já está... estou a caminho!
... e na paragem seguinte, olho pela janela e vejo... vejo-me...
sentada naquele mesmo banco à espera de um comboio que me leve na busca da minha Alma.
E sinto que não posso prosseguir viagem... pois tem que seguir tudo em mim... não pode haver aquele vazio... cheio de algo. E saí...
É mesmo frio este banco. Durante alguns minutos observei o meu bilhete na tentativa de achar resposta... talvez tenha comprado o bilhete errado... talvez esteja no sentido inverso, talvez do outro lado... será?
E agora? Quando virá um próximo? E o que faço agora? Como ver sentido em algo aqui?
... Que raio... estou de novo mais pequena que a minha Lua... e pensar que tinha crescido :(
E que a Saga continue.
E que o vento sopre, como soprou nesse dia junto ao meu ouvido com a resposta:
"compraste bilhete de ida e volta fada tola... "
foi curta a minha viagem, rsrsrsrsr
Vou voltar para a minha floresta e para o meu lago. 
Talvez na próxima Estação... prefiro Primavera ou Verão :)

17 de fevereiro de 2011

uma historia

 
os meus braços embargam o universo, como se crescesse folhagem em cada vontade
o meu peito, abre-se em ecos de entrega... como o abrir de mil pétalas de preces
os meus olhos, são água...
os meus sonhos... são pequenos murmúrios, pequenos segredos, pequenos momentos.
e busco em mim, inerte, apaixonada pela simplicidade do que não me pertence
o não querer mais nada, por sentir o que me é.
e quero abrir pandoras e libertar-me
e quero sorrir historias e erguer-me
e quero beijar memórias e perdoar-me
por as ter... por as ser... por as perder
os meus braços... abraçam-te, reflexo de mim.
desenham-te infância, sombra de mim
os meus lábios, sussurram ao tempo que já não lhe pertenço.
o Tempo afaga-me o rosto e segreda-me...
Pertenço a Ti.
Shanti.

11 de fevereiro de 2011

Viver sem escolhas

Não há necessidade de escolher. Por que não viver sem escolhas?
Por que não viver tudo o que a vida coloca à sua disposição? 
Não seja um espiritualista e não seja um materialista: seja ambos. 
Não seja um Zorba e não seja um Buda; 
seja ambos: Zorba, o Buda. 
Aproveite tudo o que Deus derramou sobre você. Osho