Somos efémeros…
pequenos o suficiente para cabermos na imensidão de uma gota
de chuva num triste dia de Inverno. Pequenos o suficiente para sentirmos o frio
que vem da frecha de uma janela num quarto frio e isento de alma.
Pequenos… e leves o suficiente para nos deixarmos abalar
pelo vento frio ou pelas ondas de um calor intenso.
Somos pequenos… leves… sensiveis o suficiente para nos arrepiarmos
com a brisa do mar… com o grito das gaivotas famintas e nervosas adivinhando a
chuva...
com um sorriso, com um toque, um olhar.
com um sorriso, com um toque, um olhar.
Somos pequenos, leves, sensíveis e especiais o suficiente
para sentirmos em comunhão tudo o que a natureza sente no seu mais ínfimo
silêncio.
A musica do outono em orquestras de folhagem no chão, o
choro do Inverno aclamando em frio, o chilrear de pássaros em jeitos de serenata
à Primavera, o abafar da nossa voz em desafio para respirar o Verão rodopiante
em raios de esperança…
quentes e expectantes…
Somos tão simples então…
Basta-nos tão pouco então…
Sorrimos com os detalhes… que nos rodeiam e nos mimam.
Sentir, respirar, chorar, dançar, caminhar, criar, procriar, amar,
respeitar, ajudar, ensinar, receber, dar...
Tudo ao alcance de um gesto.
O estender de uma mão.
Em humildade e pureza de sentimentos.
Temos o poder de em simplicidade reinar.
E em densidade e inércia ruir.
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