Shanti

25 de dezembro de 2010

limbo

No limbo do sentir, na trave do entristecer,

na berma do amanhecer só.

Tento manter a destreza dos tolos,

imaginando que tenho nos pés raízes,

Que tenho nas mãos penas violeta,

Que tenho no peito…

um baú, de tesouros e magos.

De segredos e salmos.

Faço-me de momentos,

Refaço-me de tempos,

Desfaço-me de espera.

Respiro o que há em mim,

Perfume da chuva,

Aroma de Outono,

Hidrato-me de ventos e nortadas…

E envelheço na folhagem seca,

Sonhando-me sempre jovem na Primavera do desejo.

E fico-me, no limbo…

Sentindo.

21 de dezembro de 2010

Sorri Alma.

Sorri perante a nortada dos tristes,

E dança-lhes o caminho.

Encanta as sombras de quem és,

Abraça a vida de quem te lamenta…

E dança na calçada penumbra

dos que não sentem a música.

Dorme embalado pelo sonho,

sonha sussurrado pelo vento,

e sorri.

Sorri para mim.

Um outro lado deste chão… Uma outra dimensão, Um caminho de perder.

Uma Vida de sorrisos,

Armaduras e vestidos

De corpetes de cetim…

O esbanjar da própria espécie

Delírios que se julgam prece…

Que se estendem em louvor,

Erguendo almas sem calor…

Um outro lado deste chão…

Onde caminha o tempo em vão.

Um outro olhar de quem não vê…

Que sou eu, que sou assim, que estou aqui.

Descalça neste chão de pedra.

Cega neste templo frio.

Surda neste frenesim…

Muda…

Para ti.

Um outro lado,

De mim.