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Medos, olhares, recuos, de assaltos na alma do sonho
pesam-lhe como pedras, fogem como cães sem dono.
lançou-as ao rio e virou costas ao mundo
mas em vez de leveza, sentiu um vazio profundo.
efémero como a tristeza de quem não sabe quem é.
silêncio alma de tudo, descrente da própria fé.
em vão cobriu a ilusão com vestes de euforia
a realidade cruel em flecha despiu-a da sua alegria
Recordou com melancolia as suas pedras cinzentas.
peso de pecado e medo
mas parte da sua essência.
De repente num impulso, sorriu e respirou liberdade
mergulhou no imenso rio e foi ao encontro da saudade.
por vezes é o que nos alimenta.
27.12.05